Uma madrugada, tudo quieto,
impera a treva. A solidão escuto,
vislumbro véus de crepe no horizonte
da Natureza amarfanhada em luto.
Um pássaro noturno, depenado,
pousa num galho já se despencando
de uma roseira que na dá mais rosas ou, se elas nascem, nascem já murchando.
E, do relógio branco da parede, as setas apontadas para mim
afirmam que esta miserável noite
parou no tempo e nunca terá fim.
(Alda Pereira Pinto, ?, Brasil
in "Pedra viva", Editora Pongetti, 1972 - RJ)