Menino: queres ser meu mestre?
- Contigo teria tanto que aprender!
A ser casto, sem querer;
a ser bom, sem o saber;
a ser alegre, sem ter
motivos para o ser.
Menino: queres ser meu mestre?
- Deixa o teu arco aí. Vem-me ensinar
a sorrir e a confiar;
a ter esperança e a perdoar;
a esquecer e a chorar...
Menino, que brincas no jardim:
- Tu sim,
podias ser um mestre para mim!
Carlos Queirós, 1907-1949, Portugal
in "Poesia de Carlos Queirós", 1966)